terça-feira, 8 de dezembro de 2015

TROPONINA T PREDIZ DOENÇA RENAL PRECOCE, SEGUNDO ESTUDO DA CLINICA MAYO (MAYO CLINIC)



Pesquisadores da Mayo Clinic em Rochester, EUA, colaboraram com a Universidade do Mississippi Medical Center em um estudo recente, denominado “Troponina T como um preditor de doença renal em estágio final e todas as causas de morte em afro-americanos e brancos de famílias de hipertensos.” Pela primeira vez este estudo identificou a presença de uma proteína específica no sangue utilizada para procurar lesões cardíacas. Esta proteína pode ser um indicador precoce de doença renal em estágio final em pessoas com hipertensão, independentemente da raça ou função renal. O estudo foi publicado on-line e na edição de novembro da Mayo Clinic Proceedings.


De acordo com a Dra. LaTonya Hickson, principal autora do estudo e médica nefrologista da Mayo Clinic, um aumento do nível da troponina cardíaca T (cTnT) no sangue pode ser um indicador precoce da doença e identificar com precisão os pacientes que necessitam de intervenção, independentemente da raça. Dra. Hickson diz que a descoberta é importante porque, enquanto estudos anteriores mostraram uma maior incidência de morte e insuficiência renal entre os afro-americanos, em comparação com os brancos, os médicos já sabem que, independentemente da raça ou da função renal de base, o nível elevado de cTnT pode ser um aviso de insuficiência renal iminente ou de morte precoce.


“Uma intervenção precoce e tratamento adequado podem ser a chave para controlar a progressão da doença renal e, potencialmente, evitar casos fatais”, diz Dra. Hickson. “Este estudo demonstra aos médicos de todo o mundo que estamos chegando mais perto de prever com precisão futuras doenças e eventuais mortes se examinarmos este biomarcador”.


Pesquisas anteriores mostraram que os afro-americanos apresentam maior ocorrência de hipertensão e estágio final da doença renal, e geralmente vivem três a oito anos menos do que os seus pares brancos. Pesquisadores da Mayo Clinic estudaram pacientes desses grupos raciais usando amostras de sangue de pessoas inscritas naGenetic Epidemiology Network of Arteriopathy (GENOA) entre junho de 1996 e agosto de 2000. O estudo GENOA foi projetado para identificar a relação entre a genética, raça e hipertensão na comunidade. Nesta coorte, mais de 70% dos pacientes tinham hipertensão e todos os outros eram de famílias de hipertensos. Os pesquisadores da Mayo Clinic examinaram os dados de base de 3.050 pacientes inscritos no projeto e realizaram avaliações de acompanhamento de morte e fase terminal de doença renal cerca de 10 a 12 anos mais tarde.


“Entre a coorte geral, descobrimos que, depois de 10 anos, aqueles com um cTnT anormal tinham uma alta incidência de morte, totalizando 47%, em comparação com aqueles com um cTnT normal (7,3%)”, diz a Dra. Hickson. “Além disso, 10 anos após o teste inicial, a incidência de insuficiência renal em fase terminal foi de 27% entre aqueles com uma cTnT anormal, em comparação com a taxa substancialmente inferior encontrada em pessoas com cTnT normal (1,3%).” Estes resultados são tranquilizadores e dão suporte para futuras investigações sobre a cTnT como um importante biomarcador para predizer insuficiência renal e morte”

Fonte: LabNetwork.